Autor, compositor e intérprete, Paulo Flores constrói uma obra notável há mais de vinte anos. O artista soube inventar novos géneros musicais: por exemplo esta kizomba, a música de festa dos bairros, com o seu revestimento eletrónico que suporta uma mistura de zouk e música tradicional africana. Desde a década de 2000 que Flores se reapropriou dos ritmos do semba de outrora, mesclando letras em português ao kimbundo falado nos bairros pobres. Mais à frente, revisitou os clássicos da música angolana dos anos 60 e 70, com percussões tradicionais (puita, dizanga, mukindo…). A sua discografia inclui títulos tão relevantes como “Kapuete Kamundanda”, “Sassassa”, “Coração Farrapo”, “Thunda Mu N’jilla”, “Brincadeira tem Hora”, “Inocenti, “Canta meu Semba”, “Perto do Fim”, “Recompasso”, “Quintal do Semba”, “Xé Povo” e “Bolo de Aniversário”. Paulo Flores inscreve o seu trabalho numa linguagem que assenta na procura e na valorização do património musical angolano, com espaço para a influência de outros géneros musicais. E surge ainda mais revigorado nesta bem-sucedida mistura de influências caribenhas, brasileiras, afro-cubanas e africanas, oferecendo-nos serenatas de amor tocadas com um violão simples ou sustentado com um teclado. Para além do seu papel na música, desempenha ainda um papel social quer na colaboração com jovens músicos angolanos, quer como Embaixador da Boa Vontade da ONU em Angola. O projeto Esperança, que tem com Prodígio, resultou no seu último trabalho: “Esperança e Maldição”. Paulo Flores atua dia 10 de setembro na Arena do NOSSA LISBOA.